Pedro Miguel Monteiro
dimanche 2 octobre 2011
samedi 1 octobre 2011
A Figura do dia...
Pedro Emanuel contra o Porto: um líder no banco
Em Coimbra, o jovem treinador recolhe elogios no comando da Académica. Aos 36 anos, cumpre o desígnio de um líder nato.
Pedro Emanuel é o próximo adversário do F.C. Porto. O antigo capitão apresenta-se como obstáculo numa fase sensível para os dragões. Em Coimbra, o jovem treinador recolhe elogios no comando da Académica. Aos 36 anos, cumpre o desígnio de um líder nato.Os adeptos do F.C. Porto vaticinam o sucesso de Pedro Emanuel como técnico. Pode regressar pela porta grande, a médio prazo. Nada mais lógico. Foi campeão por onde passou. Primeiro no Boavista, depois no clube azul e branco.
Passou seis anos no Boavista e sete no F.C. Porto. Como dragão, venceu cinco Ligas, três Taças, uma Supertaça, uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões e a tal Intercontinental, em 2004. Queria disputar o Mundial 2006 por Angola. A FIFA não deixou.
Pouco depois, sofreu uma grave lesão e não mais recuperou o brilho. Tanto que ganhou direito a uma pensão vitalícia, 62 mil euros anuais, na sequência da lesão no calcanhar de Aquiles. Terminou a carreira em 2009, com uma incapacidade física de 9 por cento.
Campeão na estreia como treinador
O F.C. Porto disse adeus a um capitão, voz marcante no balneário. A despedida, aqui recordada em vídeo, emocionou adeptos e jogador. O clube foi grato. Entregou-lhe a equipa de juvenis para a estreia como técnico. Não vacilou. Com Paulinho Santos e João Brandão (actual adjunto da Académica) na equipa técnica, manteve o hábito: foi campeão na estreia.
«Olhávamos com respeito para ele. Aquela imagem do seu olhar, antes do penalty na Intercontinental, estava sempre a passar nos écrans do Dragão. Era a imagem de um verdadeiro jogador à Porto, que queria sempre vencer. Continua assim como treinador e daria um grande técnico para o F.C. Porto no futuro.»
Alex Marques, Júlio Santos e Gil Santos traçam o perfil. Eram juvenis do F.C. Porto em 2009/10, numa época de sucesso para Pedro Emanuel. Agora, este trio evolui no Rio Ave.
«No início da época, a equipa estava a dar-se mal. Algo tinha de ser feito. Ele mandou todos os jogadores para a psicóloga, e a verdade é que a partir daí tudo mudou», recordam os três. Segue o relato: «Estávamos a fazer uma segunda fase muito má. Um dia, num jogo que até estava controlado mas em que estávamos a jogar muito mal, ele entrou pelo balneário, deu uma palmada no quadro táctico e explodiu. Naquele momento, despertámos e arrancámos para um grande final de época.»
Pedro Emanuel absorveu a cultura de vitórias. «Dava muito atenção aos pormenores. Como vinha habituado a estrutura de topo, queria ter o máximo de condições para nós. Antes de irmos jogar fora com o Sporting, pressionou para termos bolas diferentes para treinar, as bolas que o Sporting usava.»
«Dava muitos exemplos da carreira dele. Recordava jogos, momentos, até lesões. Quando um jogador estava lesionado, ele vinha falar connosco, a recordar o seu caso, a dar força», recordam os três jovens, antes do detalhe final: «Antes do jogo decisivo com o Sporting, em casa, mostrou-nos um vídeo motivacional com imagens dos títulos conquistados pelo F.C. Porto. Tínhamos de vencer. Assim foi.»
Ao lado de Vítor Pereira
Como campeão, sempre como campeão, foi integrado na equipa técnica de André Villas-Boas. Vítor Pereira regressou para ser o número 2. Pedro Emanuel era a voz, a referência do clube. Juntos, contribuíram para uma época de sucesso tremendo. Partilharam ensinamentos, conceitos, experiências.
No final da época, a dispersão. Villas-Boas no Chelsea, Pedro Emanuel na Académica, Vítor Pereira como timoneiro do F.C. Porto. Agora, o confronto. A visita do Dragão ao líder que deixou saudades.
lundi 26 septembre 2011
Steven Defour não se arrepende de ter assinado pelo FC Porto. Médio belga, que chegou a ser apontado ao Benfica, diz que não há comparação entre os dois clubes.
Suplente não utilizado no clássico da passada sexta-feira, Defour desvaloriza a presença de Axel Witsel no onze da equipa encarnada.
«Não se pode comparar o FC Porto e o Benfica, nem o Defour ao Witsel. O FC Porto é campeão todos os anos, aqui há muito mais concorrência», argumenta o jogador, em declarações à imprensa belga.
O médio admitiu, ainda, não se ter cruzado com o compatriota no Estádio do Dragão, sugerindo que o desencontro pode ter sido...propositado.
«O FC Porto e o Benfica não são os melhores amigos do mundo. Equivale a um Standard-Anderlecht, mas a um outro nível», indicou.
Suplente não utilizado no clássico da passada sexta-feira, Defour desvaloriza a presença de Axel Witsel no onze da equipa encarnada.
«Não se pode comparar o FC Porto e o Benfica, nem o Defour ao Witsel. O FC Porto é campeão todos os anos, aqui há muito mais concorrência», argumenta o jogador, em declarações à imprensa belga.
O médio admitiu, ainda, não se ter cruzado com o compatriota no Estádio do Dragão, sugerindo que o desencontro pode ter sido...propositado.
«O FC Porto e o Benfica não são os melhores amigos do mundo. Equivale a um Standard-Anderlecht, mas a um outro nível», indicou.
Agressão ou gesto antidesportivo ?
PdC esteve a grande altura a comentar as incidências do FCP/SLB e no treino de ontem o VP esteve à conversa com o Alvaro, provavelmente, digo eu, para confirmar a sua condição física, a disponibilidade para a competição e acertar comportamentos : se calhar para lhe dizer que tinha sido excessivo quando reagiu intempestivamente a um chamamento do treinador, no jogo com o SLB.
Embora o FCP tenha tido uma segunda parte muito cinzenta e apesar do resultado ter sido justo, não entendo como se possa considerar que o Cardozo não pontapeou Fucille e não havia motivos para expulsão. Ouvi isso da boca de vários senadores, incluindo o juiz Rui Rangel e de todos os catedráticos que constituem o painel que julga os casos de arbitragem d’O Jogo.
Ontem, Rui Santos afirmou o mesmo e o ex-árbitro que dita as leis na TVI (Pedro Henriques) explicou que Cardozo tornou-se culpado de comportamento antidesportivo e, daí, o acerto na amostragem do amarelo. A apresentação do vermelho justificar-se-ía se fosse culpado de falta grosseira ou de conduta violenta .
Enfim, um pontapé entre o traseiro e os “ditos” é coisa leve, embora não seja bonita e própria de um desportista. Terrível, foi aquele murro selvático do James ao Rabiola. Isso sim, é um acto violento.
Vi as imagens da Sportv, da RTP e o vídeo no Youtube e continuo a considerar que estamos perante uma agressão. Não gosto de perder muito tempo com a arbitragem, mas aqui o que está em causa não é tanto a decisão do árbitro mas a forma como constroem a verdade indiscutível e tratam quem diz o contrário como se fôramos uns ignorantes ou salafrários.
Se o senhor Pedro Henriques levar um pontapé em idêntico local do corpo, não se queixará que foi alvo de agressão e apenas sujeito a uma atitude anticívica. E, daí a oferecer a outra face, bastará um pequeno passo, ficando amigo para sempre do concidadão que amavelmente lhe aplicou o golpe.
O branqueamento está consumado : o Fucille é um impostor e as consequências seguem dentro de momentos.
Se Lisboa é Portugal, o Porto é uma Nação, desportivamente, pelo menos. Não me calo. Não somos bárbaros. Temos direito a opinião e a defender os nossos comentários, até que a voz nos doa. A insatisfação pela 2ª parte do FCP e a justeza do resultado não nos retira o direito de julgar que a arbitragem, na vertente disciplinar, esteve longe de ser criteriosa.
A arbitragem do Sr. Jorge de Sousa não pode escamotear os erros próprios e sobretudo a aparente má forma física do FCP, e não tem servido, o que não me impede de insistir que Cardozo agrediu Fucille de forma tão violenta, pelo menos, como fez James, logo deveria ter sido expulso.
A Figura de hoje...
Bruno Alves
Bruno Alves começou a jogar futebol nas camadas jovens do Varzim S.C., até que na temporada de 1999/2000 ingressou na equipa B do Futebol Clube do Porto. Durante três temporadas esteve na segunda equipa dos Dragões, tendo depois sido emprestado ao S.C. Farense, V. Guimarães e AEK de Atenas.
Na temporada de 2005/06 já fez parte do plantel portista e sagrou-se Campeão Nacional pela primeira vez. Á vitória no campeonato juntou ainda a conquista da Taça de Portugal.
Na temporada seguinte e com a chegada de Jesualdo Ferreira, Bruno Alves começou a ser um dos esteios da equipa e termina a época a vencer, tal como tinha iniciado, com a Supertaça Cândido de Oliveira a anteceder ao Bi-Campeonato.
Em 2007/08 foi o jogador do plantel com mais minutos no campeonato, em que o F.C. Porto se sagrou Tri-Campeão.
Nova temporada com a camisola dos Dragões e mais uma vez foi o mais utilizado pelo treinador. No fim da época conquista o Tetra.
2009/10 Começou a vencer, a Supertaça e terminou também a vencer a Taça de Portugal.
Em 2010/11 ainda vestiu a camisola do F.C. Porto na apresentação oficial aos sócios mas alguns dias depois rumou à Rússia para representar o F.C. Zenit St. Petersburg, onde se sagrou campeão da Russia.
Bruno Alves é também um dos principais jogadores da Selecção Nacional. Teve uma importância vital no apuramento para o Mundial da África do Sul e actualmente é um dos titulares indiscutíveis no eixo da defesa na Selecção de Portugal.
Palmarés4 Campeonatos da 1ª Divisão (Portugal)
1 Campeonato da Russia
2 Taças de Portugal
2 Supertaças Cândido de Oliveira
Bruno Alves
"Não deixem Hulk ficar verde"
Incontornável, a referência a Hulk como a estrela do FC Porto. O balneário do Zenit está precavido...
Com o jogo contra o FC Porto no horizonte, o que sente um portista que está castigado e não pode jogar?
É muito difícil ter de ficar de fora. Queria muito participar neste jogo. Achei que seria uma experiência de vida muito importante. Não é todos os dias que se joga na Liga dos Campeões contra a equipa que me deu tudo. Espero que isso fique guardado para o Dragão.
Espera uma grande ovação, presumo...
Será ainda mais especial, mas não vou à espera de nada. Dei o melhor de mim no FC Porto e acho que deixei boa impressão. Quanto à reacção dos adeptos, gostava que fosse boa, mas espero para ver.
Já se imaginou a fazer um golo ao FC Porto?
Não... Não sei bem o que sentiria, mas acho que não festejava. Marquei ao AEK no ano passado e, pelo respeito que lhes guardo, também não festejei.
Não fica com um amargo de boca por ter deixado o clube na época em que este conquistou praticamente tudo, Liga Europa incluída?
Nos anos em que joguei no FC Porto, foi sempre na Liga dos Campeões, e isso é diferente da Liga Europa. É na Champions que estão as grandes equipas europeias. Levo comigo sempre aquilo onde participo e não participo em provas imaginárias.
O Bruno não fez, afinal, tanta falta como se previa. Surpreendido?
Não, resolveram muito bem a minha ausência. Além de Rolando, que já jogava, tinham estado um ano a preparar Maicon. Depois contrataram Otamendi, que é excelente, e também havia Sereno. O FC Porto é a equipa que mais se renova e o sucesso está aí: sabem que quem chega tem sempre mais qualidade do que quem sai.
Este ano renovou pouco... É o principal favorito no grupo da Liga dos Campeões?
O grupo é muito equilibrado. O FC Porto, pelo que fez no ano passado, é o favorito teórico. Mas isso tem de se provar em campo. O Zenit tem uma grande maioria de internacionais de muita qualidade. E até o Apoel é difícil. Se o Shakhtar e o Zenit ganharem nesta jornada, ficam todas as equipas empatadas e tudo pode acontecer.
Em quem apostaria para o jogo de quarta-feira?
Aposto no Zenit. O FC Porto é especial, provoca-me sempre sentimentos muito bons, mas sou profissional.
E no campeonato português, aposta no FC Porto?
Colocava dinheiro nisso. A organização da equipa e fora dela é muito grande, e a escolha do treinador foi acertadíssima. Conhece a equipa, chegou com a bagagem do ano passado e pressupõe continuidade. Acho que vai ser campeão, e os adeptos devem apoiá-lo.
Viu o FC Porto-Benfica? O que achou?
Foi a equipa a que nos habituou: muito dominadora e com mais bola. Criou muitas situações e merecia ganhar.
Hulk não esteve tão inspirado como habitualmente. Há quem diga que a equipa depende muito dele...
O FC Porto tem jogadores muito fortes em todas as posições que sobressaem quando o colectivo é forte. Mas Hulk é excelente e pode resolver a qualquer minuto. Muito do jogo da equipa é a procura de soluções para Hulk resolver. Ele é de facto o jogador mais perigoso.
O Bruno dá-se muito bem com o Criscito, lateral-esquerdo. Já o avisou da dureza que é travar Hulk?
Já, já... Disse-lhe para não o chatear muito, pois se o chateia vai levar com tudo em cima. Não o deixem ficar verde [risos]. Criscito já conhecia Hulk, mas vai ter de o marcar bem. Não está assustado, até porque vem de um bom campeonato [italiano], mas a disputa vai ser dura. Hulk será uma batata muito difícil de descascar.
E a saída de Falcao, não é um alívio para os centrais?
Falcao é um jogador de classe mundial e por isso foi desejado por vários clubes de topo. Teoricamente seria mais difícil jogar contra ele, mas nem com Kléber a defesa se pode distrair.
Um agente infiltrado
Luciano Spalletti, treinador do Zenit, solicitou uma reunião com o internacional português para recolher informações. "Disse-lhe que o FC Porto sabe jogar bom futebol, gosta de ter a posse de bola e tem uma defesa muito organizada", resumiu antes de analisar ao detalhe...
Fucile
Não sobe tanto como o Álvaro, mas é perigoso quando o faz.
Rolando
É o central que organiza melhor o jogo.
Otamendi
Excelente complemento.
Álvaro Pereira
Gosta muito de subir no terreno.
Fernando
Importantísismo à frente da defesa.
João Moutinho
Adora ter a bola. Fantástico a organizar o futebol da equipa.
Belluschi
Muito forte na vertente ofensiva.
Hulk
Tem de ser marcado de perto.
Kléber
Tanto vem atrás segurar a bola como a pede em profundidade. Vai ser um grande ponta-de-lança.
Varela
Bom no 1x1, gosta de receber no pé e não no espaço.
James
Define bem no remate ou a assistir.
dimanche 25 septembre 2011
Mestre Júlio Resende
Aos 93 anos, morreu ontem o mestre Júlio Resende.
Natural do Porto e formado na Escola Superior de Belas Artes do Porto, Júlio Resende foi agraciado com diversos prémios, quer em Portugal, quer no estrangeiro.
Entre os seus inúmeros trabalhos, uma das obras mais conhecidas é a “Ribeira Negra” (1984), a qual pode ser apreciada junto ao túnel da Ribeira, no Porto.
Para nós, portistas, Júlio Resende deixou o Painel dos Fundadores, nas paredes do Estádio do Dragão.
Natural do Porto e formado na Escola Superior de Belas Artes do Porto, Júlio Resende foi agraciado com diversos prémios, quer em Portugal, quer no estrangeiro.
Entre os seus inúmeros trabalhos, uma das obras mais conhecidas é a “Ribeira Negra” (1984), a qual pode ser apreciada junto ao túnel da Ribeira, no Porto.
Para nós, portistas, Júlio Resende deixou o Painel dos Fundadores, nas paredes do Estádio do Dragão.
«Curiosidades FCP» - FC Porto 1984/85
samedi 24 septembre 2011
Porto vs Benfica: 2-2
Processos de edificação em curso. Dois projectos em busca de uma identidade afirmativa. 90 minutos depois, mais dúvidas do que conclusões. Para o F.C. Porto e para o Benfica. O empate a duas bolas é o fiel retrato da realidade actual. Com uma diferença importante, porém. O Benfica arrecadou uma igualdade no território do arqui-rival, a oito minutos do fim. 2-2, um ponto para cada lado e, insista-se, muito ainda por revelar nas próximas semanas.
«Here we are now, entertain us». Há duas décadas, o refrão tornou-se o hino solene da juventude rebelde. Nirvana, «Nevermind». A apologia do risco, da anarquia em forma de espectáculo. 20 anos depois, a nova versão do F.C. Portio insiste em ter um ponto de contacto com esta cultura. Vitor Pereira quer divertir, satisfazer a plateia, beber do futebol total e do culto da posse de bola.
Na teoria, óptimo. Na prática, o grupo não terá ainda assumido a ideia-mestra. Confundir um estilo de esteta, com uma postura de libertino só pode levar a maus caminhos. Este é o desafio a esculpir pelo técnico nos próximos jogos. Este dragão está a precisar de ser reeducado.
Distante da opulência de tempos recentes, da glória espalhada ao longo da última campanha, o F.C. Porto teve, ainda assim, a vitória na mão. Há, porém, que lembrar a alguns dos dragões que as medalhas de outras guerras são, nos tempos que correm, meros elementos decorativos.
Resumo 1ª Parte:
-
Importa começar por aqui. Freddy Guarín, por exemplo, exibiu um excesso de confiança incompreensível. E não está em causa a qualidade individual do colombiano. Está, isso sim, a forma como a coloca à disposição da equipa. Toques de habilidade em zonas proibidas, relaxamento em períodos-chave, isso não.
Não terá sido, naturalmente, apenas por isto que o F.C. Porto deixou escapar duas vantagens no marcador. É estranho, de facto, perceber a quebra registada pelos dragões na segunda parte. Ao intervalo, o 1-0 sublimava uma superioridade evidente, alicerçada na consistência de João Moutinho, nas arrancadas de Hulk e Varela, na finalização perfeita de Kléber com a cabeça.
Até aí, o Benfica vivia numa lassitude, também ela, incompreensível. Recolhido, temeroso, incapaz de mostrar coragem para ter bola e futebol convincente. Uma timidez sem remissão. A auto-complacência morreria ao intervalo, provavelmente humilhada pelas palavras populares e inflamadas de Jesus. Não custa nada imaginar, pois não?
No primeiro remate à baliza de Helton, o Benfica fez golo. Perda de bola de Hulk, bola nos pés de Nolito e Cardozo a antecipar-se aos opositores. Um clamor a injustiça ecoou por todo o estádio. Nessa altura, ainda justificado, pois o F.C. Porto perdera, pelo menos, já duas situações claras de golo. Uma através de Hulk, outra por Fucile. Mérito, neste segundo lance, para a defesa quase impossível de Artur Moraes.
Resumo 2ª Parte:
-
Ainda indignado pelo choque, o F.C. Porto voltaria a adiantar-se por Otamendi, logo a seguir. Debalde. A partir daí, a queda foi abrupta, vertiginosa, incompreensível. Fernando começou a cometer erros atrás de erros, Alvaro Pereira ficou sem pernas, Guarín deixou de correr e o Benfica cresceu, cresceu, cresceu. Até empatar. Novamente.
E mesmo nesse lance é difícil perceber como Nico Gaitán surge sozinho na esquerda. Onde andava Fucile? Depois, é tudo talento, tudo inspiração do argentino. Bomba de pé esquerdo, o travessão a abanar, e o resultado final estabelecido.
F.C. Porto e Benfica continuam ombro a ombro e olhos nos olhos. Pelo que se viu, justificadamente.
Destaques Individuais do Porto
A figura: Otamendi
Viu o cartão amarelo ao oitavo minuto de jogo, preocupando os adeptos portistas uma fase precoce do clássico. Contudo, soube manter o controlo emocional e evitou até os cortes mais arriscados que costumam redundar em momentos brilhantes ou sustos tremendos. Seguro a defender, voltou a demonstrar instinto na área contrária. Reagiu ao tento de Cardozo com uma incursão à área contrária e finalização na zona decisiva, recolocando o F.C. Porto em vantagem no marcador. Parece ter ganho, definitivamente, vantagem sobre Maicon. Partilha responsabilidades nos golos do Benfica mas demonstrou uma atitude impressionante nos minutos finais, empurrando a equipa para a frente em busca da vitória.
Viu o cartão amarelo ao oitavo minuto de jogo, preocupando os adeptos portistas uma fase precoce do clássico. Contudo, soube manter o controlo emocional e evitou até os cortes mais arriscados que costumam redundar em momentos brilhantes ou sustos tremendos. Seguro a defender, voltou a demonstrar instinto na área contrária. Reagiu ao tento de Cardozo com uma incursão à área contrária e finalização na zona decisiva, recolocando o F.C. Porto em vantagem no marcador. Parece ter ganho, definitivamente, vantagem sobre Maicon. Partilha responsabilidades nos golos do Benfica mas demonstrou uma atitude impressionante nos minutos finais, empurrando a equipa para a frente em busca da vitória.
A táctica: os flancos e as torres
Vítor Pereira seguiu a cartilha lógica e devolveu a titularidade a Varela, face ao castigo de James. O meio-campo, sujeito a contínuas mudanças até ao clássico, recuperou a imagem de Dublin. A ordem, contudo, passava por atacar pelos flancos, com Hulk à direita e Alvaro Pereira a esticar o corredor à esquerda. Com as torres Luisão e Garay pela frente, o F.C. Porto não desistiu dos lances de bola parada e foi inteligente: um golo após livre batido para o primeiro poste e outro na sequência de canto curto, em jogada pelo chão. A defender, contudo, falta de capacidade física e coordenação no preenchimento dos espaços.
Vítor Pereira seguiu a cartilha lógica e devolveu a titularidade a Varela, face ao castigo de James. O meio-campo, sujeito a contínuas mudanças até ao clássico, recuperou a imagem de Dublin. A ordem, contudo, passava por atacar pelos flancos, com Hulk à direita e Alvaro Pereira a esticar o corredor à esquerda. Com as torres Luisão e Garay pela frente, o F.C. Porto não desistiu dos lances de bola parada e foi inteligente: um golo após livre batido para o primeiro poste e outro na sequência de canto curto, em jogada pelo chão. A defender, contudo, falta de capacidade física e coordenação no preenchimento dos espaços.
O momento: minuto 62
Defesa monumental de Helton ao minuto 62, evitando que o Benfica marcasse o segundo golo em igual número de remates enquadrados com a baliza. Partilha responsabilidades com Rolando na forma como ambos caíram por terra num simples toque de Cardozo mas, naquele segundo momento, evitou nova sensação de injustiça entre os adeptos portistas presentes no Estádio do Dragão. O F.C. Porto facilitou e, na recta final, Gaitán aproveitou para fazer o 2-2.
Defesa monumental de Helton ao minuto 62, evitando que o Benfica marcasse o segundo golo em igual número de remates enquadrados com a baliza. Partilha responsabilidades com Rolando na forma como ambos caíram por terra num simples toque de Cardozo mas, naquele segundo momento, evitou nova sensação de injustiça entre os adeptos portistas presentes no Estádio do Dragão. O F.C. Porto facilitou e, na recta final, Gaitán aproveitou para fazer o 2-2.
Outros destaques
Kléber
O menino de Estância Velha está a despertar a curiosidade da imprensa brasileira. Sem darem por ela, Kléber apareceu na convocatória de Mano Menezes para a selecção principal da canarinha. O treinador acompanhou a aparição do jovem avançado do F.C. Porto, assumindo o legado de Falcao, e quer conhecê-lo melhor. Se viu o clássico, ficou bem impressionado. Kléber cumpriu ordens e pressionou alto, provocando erros dos adversários. Ao minuto 38, à ponta-de-lança, desviou com subtileza de cabeça após livre cobrado por Guarín. Golo. Precisa de ganhar consistência mas tem potencial para se impor.
O menino de Estância Velha está a despertar a curiosidade da imprensa brasileira. Sem darem por ela, Kléber apareceu na convocatória de Mano Menezes para a selecção principal da canarinha. O treinador acompanhou a aparição do jovem avançado do F.C. Porto, assumindo o legado de Falcao, e quer conhecê-lo melhor. Se viu o clássico, ficou bem impressionado. Kléber cumpriu ordens e pressionou alto, provocando erros dos adversários. Ao minuto 38, à ponta-de-lança, desviou com subtileza de cabeça após livre cobrado por Guarín. Golo. Precisa de ganhar consistência mas tem potencial para se impor.
Hulk
Pinto da Costa disse, certo dia, que Hulk era insubstituível. A expressão assumiu outros contornos, mas a justificação do presidente do F.C. Porto era simples: como Hulk, não há nenhum. É um facto. Com aquela aceleração, aquela finta curta e recepção orientada, o brasileiro passa de um jogo pausado para o caos instalado na área contrária. Observem o panorama mundial e comprovem: há melhores e piores, todos diferentes. Igual, nem um. No primeiro minuto, Emerson sentiu isso mesmo. Aos onze, foi Artur a travar uma jogada de génio. Por vezes, concentra demasiado jogo do F.C. Porto nos seus pés. Não enjeita a responsabilidade e lança-se sobre os adversários: um, dois, três, quatro. Até se perder (como aconteceu no lance do golo do Benfica) ou chegar ao paraíso. Caiu a pique na segunda parte e a equipa portista ressentiu-se disso mesmo.
Pinto da Costa disse, certo dia, que Hulk era insubstituível. A expressão assumiu outros contornos, mas a justificação do presidente do F.C. Porto era simples: como Hulk, não há nenhum. É um facto. Com aquela aceleração, aquela finta curta e recepção orientada, o brasileiro passa de um jogo pausado para o caos instalado na área contrária. Observem o panorama mundial e comprovem: há melhores e piores, todos diferentes. Igual, nem um. No primeiro minuto, Emerson sentiu isso mesmo. Aos onze, foi Artur a travar uma jogada de génio. Por vezes, concentra demasiado jogo do F.C. Porto nos seus pés. Não enjeita a responsabilidade e lança-se sobre os adversários: um, dois, três, quatro. Até se perder (como aconteceu no lance do golo do Benfica) ou chegar ao paraíso. Caiu a pique na segunda parte e a equipa portista ressentiu-se disso mesmo.
Guarín
Sensações mistas na análise ao desempenho do colombiano. A demonstração extrema de tranquilidade, mesmo rodeado por um cacho de adversários, irritou alguns adeptos e fez as delícias de outros. Denotando alguma falta de ritmo, esteve ainda assim nos principais momentos do F.C. Porto e serviu Kléber no lance do 1-0. Antes de sair, tentou ainda um chapéu inteligente a Artur. O brasileiro percebeu a intenção.
Sensações mistas na análise ao desempenho do colombiano. A demonstração extrema de tranquilidade, mesmo rodeado por um cacho de adversários, irritou alguns adeptos e fez as delícias de outros. Denotando alguma falta de ritmo, esteve ainda assim nos principais momentos do F.C. Porto e serviu Kléber no lance do 1-0. Antes de sair, tentou ainda um chapéu inteligente a Artur. O brasileiro percebeu a intenção.
Destaques Individuais do Benfica
A figura: Gaitán
Menos vistoso que Nolito e Aimar enquanto esta dupla esteve em campo, foi deixando alguns esboços da sua qualidade inigualável ao longo do encontro. Jorge Jesus sacrificou o espanhol e o argentino mais experiente para manter Gaitán em campo. 13 minutos depois, o esquerdino deu-lhe razão. Com uma velocidade impressionante, ganhou espaço a Fucile e fuzilou Hélton, sem hesitar. Naquele momento, saltou de figura mediana para homem do jogo. Em escassos segundos.
Menos vistoso que Nolito e Aimar enquanto esta dupla esteve em campo, foi deixando alguns esboços da sua qualidade inigualável ao longo do encontro. Jorge Jesus sacrificou o espanhol e o argentino mais experiente para manter Gaitán em campo. 13 minutos depois, o esquerdino deu-lhe razão. Com uma velocidade impressionante, ganhou espaço a Fucile e fuzilou Hélton, sem hesitar. Naquele momento, saltou de figura mediana para homem do jogo. Em escassos segundos.
A táctica: tapar caminhos e confiar na arte
Jorge Jesus não recuou linhas nesta visita ao Estádio do Dragão mas manteve cautelas durante uma hora de jogo. Aliás, na primeira parte, o Benfica não fez um remate enquadrado com a baliza de Helton. A estratégia passava por tapar caminhos para a sua área e confiar na arte das unidades mais ofensivas. Bastou. Nolito, Aimar, Gaitán e Cardozo passaram largos períodos a trocar bola entre si, sem apoio. Assim mesmo, chegaram ao 1-1, falharam uma primeira oportunidade para o 2-2 e chegaram ao empate na recta final, já com Saviola no processo.
Jorge Jesus não recuou linhas nesta visita ao Estádio do Dragão mas manteve cautelas durante uma hora de jogo. Aliás, na primeira parte, o Benfica não fez um remate enquadrado com a baliza de Helton. A estratégia passava por tapar caminhos para a sua área e confiar na arte das unidades mais ofensivas. Bastou. Nolito, Aimar, Gaitán e Cardozo passaram largos períodos a trocar bola entre si, sem apoio. Assim mesmo, chegaram ao 1-1, falharam uma primeira oportunidade para o 2-2 e chegaram ao empate na recta final, já com Saviola no processo.
O momento: minuto 82
Num lance rápido, quando o F.C. Porto parecia ter o jogo controlado mas perdia-se em movimentos inconsequentes, o Benfica garantiu o empate no Clássico. Jorge Jesus lançara Bruno César e Saviola para refrescar ideias no sector ofensivo. O argentino inventou um lance e abriu caminho para o golo do compatriota Gaitán. Bola em Cardozo, toque para Saviola, visão extraordinária de El Conejo para a velocidade imparável do esquerdino. Um ponto com sabor a triunfo.
Num lance rápido, quando o F.C. Porto parecia ter o jogo controlado mas perdia-se em movimentos inconsequentes, o Benfica garantiu o empate no Clássico. Jorge Jesus lançara Bruno César e Saviola para refrescar ideias no sector ofensivo. O argentino inventou um lance e abriu caminho para o golo do compatriota Gaitán. Bola em Cardozo, toque para Saviola, visão extraordinária de El Conejo para a velocidade imparável do esquerdino. Um ponto com sabor a triunfo.
Outros destaques:
Artur Moraes
Providencial na primeira parte, negando o golo a Hulk e sobretudo Fucile, quanto o lateral uruguaio do F.C. Porto surgiu à entrada da pequena área para finalizar após cruzamento rasteiro de Varela. Estreou-se num clássico, reencontrando o adversário que lhe roubou a oportunidade de levantar o troféu da Liga Europa pelo Sp. Braga. Não teve hipótese nos tentos de Kléber e Otamendi. Marcou posição ainda na primeira parte, levantando o pé a Guarín, já com a bola nas mãos. Os adeptos do F.C. Porto não gostaram.
Providencial na primeira parte, negando o golo a Hulk e sobretudo Fucile, quanto o lateral uruguaio do F.C. Porto surgiu à entrada da pequena área para finalizar após cruzamento rasteiro de Varela. Estreou-se num clássico, reencontrando o adversário que lhe roubou a oportunidade de levantar o troféu da Liga Europa pelo Sp. Braga. Não teve hipótese nos tentos de Kléber e Otamendi. Marcou posição ainda na primeira parte, levantando o pé a Guarín, já com a bola nas mãos. Os adeptos do F.C. Porto não gostaram.
Pablo Aimar
Todo o processo ofensivo do Benfica (escasso na primeira metade do clássico) passou pelos pés do médio argentino. Com liberdade posicional para jogar na linha de Cardozo, junto aos centrais do F.C. Porto, soube fugir da área de jurisdição de Fernando para multiplicar-se em pormenores de classe. Ganhou a bola a Hulk no tento de Cardozo, logo após o intervalo, ajudando o Benfica a relançar-se na partida. O sector defensivo comprometeria logo depois. Saiu ao minuto 65.
Todo o processo ofensivo do Benfica (escasso na primeira metade do clássico) passou pelos pés do médio argentino. Com liberdade posicional para jogar na linha de Cardozo, junto aos centrais do F.C. Porto, soube fugir da área de jurisdição de Fernando para multiplicar-se em pormenores de classe. Ganhou a bola a Hulk no tento de Cardozo, logo após o intervalo, ajudando o Benfica a relançar-se na partida. O sector defensivo comprometeria logo depois. Saiu ao minuto 65.
Nolito
A exibição do antigo jogador do Barcelona, principal novidade no onze de Jorge Jesus para o clássico, não teve momentos de especial brilhantismo mas permitiu a Nolito sair do relvado do Dragão com sentimento de dever cumprido. Começou na direita, procurando travar as incursões ofensivas de Alvaro Pereira, mas teria de regressar ao seu flanco natural para subir de produção. Serviu Cardozo para o tento encarnado e deu nova oportunidade ao paraguaio, ao minuto 62. Desta vez, Helton opôs-se à altura. Saiu ao minuto 65.
A exibição do antigo jogador do Barcelona, principal novidade no onze de Jorge Jesus para o clássico, não teve momentos de especial brilhantismo mas permitiu a Nolito sair do relvado do Dragão com sentimento de dever cumprido. Começou na direita, procurando travar as incursões ofensivas de Alvaro Pereira, mas teria de regressar ao seu flanco natural para subir de produção. Serviu Cardozo para o tento encarnado e deu nova oportunidade ao paraguaio, ao minuto 62. Desta vez, Helton opôs-se à altura. Saiu ao minuto 65.
Cardozo
Duas oportunidades, um golo. Andou sem apoio durante largos períodos, perdendo-se em correrias inglórias na pressão sobre o último reduto portista. Foi amarelado após lance com Jorge Fucile mas voltou do intervalo para relançar o clássico. Por quatro minutos. Servido por Nolito, afastou Rolando e Helton com um simples toque e finalizou. Os pessimistas dirão que não devia ter falhado o segundo. Os optimistas lembrarão que Cardozo marcou no primeiro remate do Benfica à baliza e esteve na origem do tento do empate, apontado por Gaitán.
Duas oportunidades, um golo. Andou sem apoio durante largos períodos, perdendo-se em correrias inglórias na pressão sobre o último reduto portista. Foi amarelado após lance com Jorge Fucile mas voltou do intervalo para relançar o clássico. Por quatro minutos. Servido por Nolito, afastou Rolando e Helton com um simples toque e finalizou. Os pessimistas dirão que não devia ter falhado o segundo. Os optimistas lembrarão que Cardozo marcou no primeiro remate do Benfica à baliza e esteve na origem do tento do empate, apontado por Gaitán.
Luisão
Imperial. Evitou maiores embaraços a uma defesa onde dois elementos (Garay e Emerson) faziam a sua estreia em clássicos.
Imperial. Evitou maiores embaraços a uma defesa onde dois elementos (Garay e Emerson) faziam a sua estreia em clássicos.
Declarações dos Intervenientes
Vítor Pereira: «Não sei se por bloqueio psicológico…»
Vítor Pereira, treinador do F.C. Porto, admitiu a sua insatisfação pelo desfecho do clássico com o Benfica. O técnico portista considera que a sua equipa merecia vencer, depois de ter estado por duas vezes em vantagem no marcador:
Vítor Pereira, treinador do F.C. Porto, admitiu a sua insatisfação pelo desfecho do clássico com o Benfica. O técnico portista considera que a sua equipa merecia vencer, depois de ter estado por duas vezes em vantagem no marcador:
«É uma desilusão porque o Porto está habituado a vencer e tudo fez para tal. O Benfica reagiu continuamente ao nosso jogo, tentou de uma forma ou outra fechar os espaços mas estivemos sempre por cima. Não foi possível materializarmos em golos esse ascendente. Entrámos na segunda parte a sofrer um golo a frio, conseguimos reagir novamente mas incompreensivelmente entrámos num jogo de transições, num jogo que se partiu e entrámos no jogo de um adversário que gosta de entrar em transições rápida. É um resultado que não se ajusta ao que se passou no jogo.»
Sobre a exibição: «Foi pena não termos prolongado o nível alto. Vi uma primeira parte de nível altíssimo, de circulação constante, sem deixar o Benfica respirar. Temos de dar continuidade a isto.»
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Sobre a segunda parte: «Estivemos por duas vezes em vantagem e procurámos sempre a vitória. Após o 2-1, entrámos num jogo de bola cá, bola lá e isso partiu-nos. Também permitiu que houvesse espaços para uma equipa como o Benfica que gosta de sair em transições rápidas. Não sei se por bloqueio psicológico, emocional, isso aconteceu. Gostámos de ter bola e gerir o jogo a partir daí. É um aspecto que vamos ter de corrigir.»
Jesus: «Porto não sai satisfeito mas Benfica também não»
Jorge Jesus, treinador do Benfica, comentou desta forma o desfecho do clássico no Dragão (2-2). O técnico garante que pretendia lutar pela vitória mas admite que este acaba por ser um resultado positivo
Jorge Jesus, treinador do Benfica, comentou desta forma o desfecho do clássico no Dragão (2-2). O técnico garante que pretendia lutar pela vitória mas admite que este acaba por ser um resultado positivo
«Olhando para o jogo e vendo que estivemos sempre a perder… O Porto esteve melhor na primeira parte mas nos últimos quinze minutos tivemos outro andamento e senti que podíamos chegar ao 2-2. Este empate é melhor para o Benfica, porque jogou no Dragão, mas não é o que queríamos. O Porto não saiu satisfeito mas o Benfica também não. Ainda assim, o Benfica sai mais satisfeito.»
–
Sobre o resultado: «Uma nota positiva não foi termos empatado, mas sim termos estado por duas vezes em desvantagem e acreditado que podíamos voltar ao jogo. As duas equipas podiam vencer, o Benfica pode vencer aqui como o Porto pode vencer na Luz. O factor casa não tem tanta influência.»
Sobre a Liga: «Normalmente, quando há divisão de pontos, é positivo para as equipas que se querem chegar à frente, como o Sporting e o Braga. Este vai ser um campeonato muito competitivo. Acredito que lá para a frente, os melhores vão-se destacar. Mas este ano, as equipas chamadas grandes vão ter muito mais dificuldades.»
Kléber: «Golo do Benfica foi balde de água fria»
Brasileiro marcou primeiro golo dos dragões
Kléber, autor do primeiro golo do FC Porto frente ao Benfica (2-2), na 6ª jornada da Liga, em declarações à SportTV:
«Merecíamos ter ganho pela primeira parte que fizemos. Não sei se o Benfica na primeira parte chegou à nossa baliza… O golo que marcaram foi um balde de água fria, empatámos, mas a equipa está de parabéns pela exibição.»
[Sobre o golo] «O mais importante era a vitória. Se não fosse eu seria outro companheiro qualquer. Fico feliz, mas o colectivo é mais importante do que o individual.»
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[Sobre a chamada à selecção brasileira] «Trabalhamos sempre para aí chegar. Há mérito, mas temos de continuar a trabalhar. Até ir para a selecção estou focado no Porto e temos aí um jogo muito difícil. Mas estou muito feliz com a chamada.»
Emerson: «Bom resultado, mas podia ter sido melhor»
Emerson, lateral do Benfica, depois do empate a dois golos com o F.C. Porto, na 6ª jornada da Liga, em declarações à SportTV:
Emerson, lateral do Benfica, depois do empate a dois golos com o F.C. Porto, na 6ª jornada da Liga, em declarações à SportTV:
«Foi um grande espectáculo, procurámos sempre o caminho da vitória. São duas boas equipas e não perdemos, o que foi importante porque estamos bem focados no campeonato. Vínhamos com o objectivo de fazer um grande jogo e conseguir os três pontos… Foi um bom resultado, mas podia ter sido melhor. Agora temos muito campeonato pela frente.»
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[A marcação a Hulk] «É um excelente jogador. Em campo não pensamos quem é melhor ou pior. Procurei dar o meu melhor, como procuro sempre ajudar o Benfica. Estamos no início de época, mas o objectivo é sempre vencer.»
vendredi 23 septembre 2011
Benfica negoceia com clube “fantasma”?
Todo o conteúdo deste artigo que hoje vão poder ler reler e partilhar, teve o seu início no dia 30 de Maio de 2011 com a brilhante entrevista do senhor presidente Luís Filipe Vieira (LFV) à TVI onde o objectivo seria esclarecer o assunto das “luvas” do seu treinador, Jorge Jesus (JJ) em que aproveitou para falar também no caso Roberto.
Para se entender, na sua plenitude, o que vou explanar neste artigo será aconselhável ver a entrevista - http://www.megavideo.com/?v=0OBS5QQE – (os primeiros 3 minutos são uma autentica pérola), e a ler a minha análise feita dias depois - http://best-of-futebol.com/2011/06/entrevista-luis-filipe-vieira-tvi/ – Poder-se-á assim avivar a memória, dado já ter passado algum tempo e assim perceberem o objectivo deste artigo. “Trafulhas”? No futebol todos são… por isso não os vamos permitir mesmo que armados em “Madre Teresa”.
Dessa entrevista, saltam à vista alguns fait-divers, como o da Policia Judiciaria do Norte e Sul além dos outros que já são habituais em todas as suas intervenções.
A arrogância, o ar de superioridade (e a calma aparente) de quem necessita passar uma imagem de poder para com isso afugentar os que se possam atrever a cruzar o seu caminho; os “chavões” que lhe são habituais do género “ao contrario de outros, sou muito honesto, serio e o meu passado fala por mim”, etc., declarações que, sinceramente, já começam a cansar…. Passado Imaculado? Nome limpo? Um dia iremos compilar as centenas de documentos que temos em arquivo a falar do “passado imaculado” desse senhor.
Dadas as inúmeras provas que têm vindo a publico desmentindo esse “passado serio”, sentiu a necessidade de refutá-las pelo que desta vez até inovou! Desceu ao ponto mais baixo que já o vi fazer em relação a este assunto. Usou o nome de alguém que já faleceu, um tal Pedroso (esse sim, provavelmente pessoa credível) para “reforçar” a sua imagem de honestidade dizendo, e vou citar: “O melhor bem que tenho na minha vida é a minha família e o meu nome, alias tive um grande amigo meu que já faleceu, o tal pedroso, que me dizia nunca percas o nome que tens” …. Enfim, tudo não passa de desarranjos mentais facilmente explicáveis por qualquer psicanalista.
Mais curiosa é a forma como se refere à sua gestão, ao seu percurso e aos negócios enquanto presidente do Benfica, como se ela fosse imaculada e intocável. Entendemos que para a maior parte das pessoas este discurso desvie o interesse de investigar porque pensarão que “quem fala assim não é gago”, logo não deve ter pontas soltas.
Do alto da sua arrogância LFV pediu uma brigada especial, porque entendia que a PJ do norte não servia os seus desígnios. Pois bem, embora o BestOfFutebol não tenha a pretensão de substituir a PJ resolveu, usando os ainda poucos meios de que dispõe, começar a investigar, já que o cinismo e a sobranceria são algo que nos custa a digerir.
Como todos sabemos e o BestOfFutebol tem referido imensas vezes, ninguém no mundo do futebol é assim tão imaculado e inocente. E como acreditamos que quando queremos muito uma coisa e fazemos tudo para a conseguir, o universo dá uma ajuda, foi sem espanto, quando na altura em que estava a pensar em investigar os negócios do benfica, chegou até mim uma notícia fantástica, que mesmo parecendo não ter grande significado, pelo facto de aparecer na altura em que apareceu e como não acredito em coincidências, acreditei que algo tinha que estar relacionado. Informaram-me que dias antes dessa entrevista o Benfica tinha pago através do BES, 600.000 euros a um clube brasileiro, divididos por dois cheques de 300.000 cada. A intuição dizia-me que tinha ali um furo que devia aprofundar.
Como os nossos meios são muito limitados baseando-se apenas em trabalho de pesquisa, resolvemos antes de saber mais sobre esse clube, procurar por ele no relatório e contas (RC) do SL Benfica. E não é que encontramos o Brasa Futebol Clube, Ltda… Realmente este clube que eu não conhecia era credor de uma instituição como o Benfica em 900.000 euros quase um milhão de euros! Mas até aqui tudo bem! Eu não conhecia o clube, como não conheço a maior parte dos clubes e alem do mais, todos somos devedores e credores de alguém.
Como podem ver na foto são dívidas relativas a transferências de jogadores o que, para quem ainda há pouco criticou os negócios do FC Porto dizendo, ou dando a entender, que não são feitos directamente com os clubes, é interessante observar que dessas listas apenas aparecem 3 clubes, e um deles é o tal Brasa….
Fomos então procurar por transferências no valor de 900.000 euros nessa época e na anterior e a julgar pela honestidade dos excelsos dirigentes, ainda mais estranho foi descobrir que não existiu nenhuma. Humm.. se já antes estava com a “pulga atrás da orelha”, agora fiquei com a certeza que aqui havia coisa… Não que ache que tal fosse anormal no mundo do Futebol! Só pode ser considerado dessa forma por estarmos a falar do Benfica, um clube que é um exemplo de transparência.
Depois destes sinais todos, claro está que fui investigar o tal de Brasa Futebol Clube Ltda, para tentar descobrir que clube é esse que era credor em novecentos mil euros de uma equipa como o Benfica, o tal que fazia todos os negócios com transparência!
Com algum espanto ou talvez não, descobri algumas coisas muito interessantes. A primeira e que já deve ter saltado à vista de todos, é que se tratava de um “clube Ltda” e que, como clube de futebol, não existia! Porque efectivamente não consigo entender um clube que não tem jogadores nos seus quadros, cujo quadro de atletas se limita apenas a alguns que por lá passaram. Lá passaram? Pergunto-me: como pode um “clube” ter tido meia dúzia de jogadores, quando não entra em nenhum campeonato, e que nem equipa técnica tem? Clube? Cheguei a pensar que podia ser do novo acordo ortográfico, mas também vim a saber que não, realmente fiquei confuso com o nome que deram a essa, instituição? Sociedade? Não sei que nome lhe chamar. Mas clube com bons propósitos não é de certeza! Parece-me o mesmo que um carro sem motor! Estranho não acham?
Alguns dados desse “clube” ou sociedade Ltda para que possam entender melhor sobre o que estamos a falar:
- O Brasa é filiado a Federação Paulista de Futebol (FPF) mas o clube ainda não disputou nenhuma competição oficial organizada pela FPF desde a sua fundação 2008.
- Em 2009 tiveram passagem pelo clube jogadores que rvoltaram ao Brasil como Emerson de Andrade Santos (Real Murcia CF), Vinicius Pereira dos Santos (JJK Jyvskyla) e também o jogador Felipe Soares (Standard de Liege). Sem nunca jogarem, apenas lá estavam, coisas normais num verdadeiro clube!
- Em 2009, o clube chegou a inscrever-se no Campeonato Paulista Pré-Mirim Sub 11 e Sub 13, mas acabou por desistir de participar… ver a inscrição aqui
- Está inscrito no cadastro nacional de clubes de futebol, ver - aqui pagina 63 – mas claro está como um verdadeiro clube faz, nunca participou em nenhum jogo, será por não ter jogadores? Quem sabe…
Daí que surjam várias interrogações que certamente apenas a PJ, a do sul ou do norte, poderá esclarecer, bastando usar os meios que têm e investigar:
- Como é que um clube que não tem jogadores, é credor de um clube como o SL Benfica?
- Curiosamente o seu presidente é um advogado. Aparentemente não tem nada de mal… Mas sabendo nós a vantagem de ser um conhecedor das leis, talvez seja no mínimo digamos, interessante saber o passado desse senhor…
- Como é que um “clube” durante toda a sua história tem apenas “meia dúzia” de jogadores e continua sem disputar campeonato nenhum e a fazer negócios com o Benfica?
- Porque será que, mesmo estando inscrito e aparentemente tudo certinho, não participa?
- O que leva o Benfica a ter negócios com um clube tão “peculiar” como este?
- Para que haja negócios entre “um clube” como este e outro, parte-se do princípio que será com jogadores de futebol, neste caso temos a certeza porque vem mencionado no RC. Sendo assim, com que base de observação adquire o Benfica jogadores que não jogam?
- Então um clube vende jogadores ao Benfica, quando não tem nenhum inscrito? Realmente este clube fascina-me.
Espero seja investigado – por quem tem os meios necessários para o fazer – o destino desses 900.000 euros (e já agora e porquê do Brasa!), mas não posso deixar de ficar perplexo com a postura de um presidente de clube que se diz acima de qualquer suspeita, que é o senhor honestidade e transparência do futebol português, e que o que tem de melhor é o seu nome…. Nome? Então uma pessoa que acusa os outros de usarem formas menos claras para contratarem jogadores, tem negócios com o Brasa, e diz que o que tem de melhor é o nome? Realmente a nossa grande crise, não é apenas de dinheiro, mas sim de valores, e infelizmente para isso não existe troika que nos safe.
Eles consideram-se acima da lei, quem sabe até intocáveis! Lembram-se da famosa frase dita por um “ilustre” benfiquista que se referia ao cargo de presidente do Benfica como a 4ª. cadeira mais importante do país? Pois, aos poucos vamos entendendo o motivo dessa declaração.
Tudo isto vem também provar o que o BestOfFutebol tem alertado por diversas vezes: os sócios do Benfica, os tais em que a maioria se enquadra na famosa Manada, com tanta fruta que tem sido obrigados a ingerir, andam a beber sangria a mais e como sabemos que os efeitos do álcool são muito nocivos para o cérebro, isso deve estar a prejudicar-lhes o raciocínio. Porque continuam a não ver ou a não querer ver, que tudo isso não passa de números de circo para que não tenham necessidade de analisar as verdadeiras frutas.
Hoje é um daqueles dias que não posso deixar de me sentir realizado, porque o que acabo de passar para vocês vincula tudo o que temos escrito todos estes meses que o BestOfFutebol está online (1 ano). Uma noticia que coloca a nu os falsos moralismos contra que tanto lutamos e que tantas vezes aqui mencionamos por parte do senhor LFV e do seu clube. Uma notícia que num país onde a justiça funciona terá que ser motivo de análise e investigação por parte da nossa polícia judiciária, e nem é assim tão complicado, se nos lembrarmos que LFV disse ter uma sala destinada apenas a PJ….
Usando a mesma técnica de despiste, parecer despreocupado e dessa forma não levantar mais suspeitas disse, ou melhor desafiou a PJ a investigar os negócios do Benfica e do FC Porto. Com isto consegue que mais uma vez a Manada ao ler reaja da seguinte forma: realmente podemos ficar descansados… e continuarmos na sangria, porque para ele (LFV) falar do FC Porto é porque deve saber alguma coisa que se passou e que deve ser investigada.
Temos este grande exemplo:
-
E é desta forma que mais mantém a Manada desligada da realidade não sentindo necessidade de investigar o que quer que seja do seu clube. E muito menos de se lembrar que poderão estar perante outro vale tudo do futebol Português, que também era o senhor honestidade, o senhor trabalhador, o senhor Inovador, até ao dia que deixou a cadeira do Poder e que depois resultou naquilo que todos nós conhecemos…
Para terminar gostava de perguntar porque motivo ninguém, e quando digo ninguém é mesmo ninguém, investiga estes assuntos, estas declarações, estes “negócios” estas atitudes! Ainda ontem tivemos o exemplo do negócio Garay, que todos sabíamos que estava mal contado, mas teve que ser um jornal estrangeiro a fazer esse trabalho.
Nós no BestOfFutebol chegamos a escrever sobre esse assunto neste artigo – ver aqui - que agora tomou proporções mais “engraçadas”. Então o Benfica comunica a CMVM que comprou 50% do passe por 5.5M, o que quer dizer que o Garay vale 11M. Vem agora o Real Madrid afirmar que o atleta foi vendido por 12.5M?
Então para onde foi o milhão e meio que falta? Terá sido despachado na “Brasa”?
E que dizer das nuances do negócio, conforme a óptica: Uma parte diz que foram pagos 50% do passe e a outra que foram 100%.
E mais extraordinário, talvez resultante do desnorte que se vive naquela casa, são as declarações do João Gabriel, que passo a citar: “caso o Real Madrid não aceda a esse pedido de esclarecimentos, ou não o faça em tempo útil, o Benfica “será obrigado” a vir a público divulgar “os verdadeiros valores e os termos da operação” Quer dizer que os valores anunciados anteriormente não são os verdadeiros? Realmente o Benfica sabe do que fala quando diz que existe “fruta” a mais no futebol português!
Num país onde a liberdade de imprensa e o profissionalismo jornalístico impera, como é o caso de Inglaterra, esta situação seria um manjar dos deuses. E certamente, que estes energúmenos “donos da verdade e da honestidade” não estariam há tanto tempo no futebol português, muito menos teriam enriquecido tanto, num clube onde até dizem não são remunerados, o que nos vai levar ao próximo artigo…
Esperem para ver a próxima B.O.M.B.A- Boletim Obrigatório aos Mafiosos Benfiquistas e Artolas. (autor da designação o nosso amigo e leitor Hélio Santos) e certamente poderão entender melhor como se consegue enriquecer tanto, sem ter sequer um ordenado!
PS. Certamente tudo isto terá já uma justificação por parte do Benfica, agora o ponto é: O Brasa até pode ser um género de ENTREPOSTO de jogadores, algo que mesmo não sendo legal é habitual. Mas o que o Benfica devia explicar em público é onde está o carácter de quem diz que só faz negócios transparentes, que não é como outros, com jogadores a serem comprados não se sabe bem onde, como foi o caso do Hulk e do Rentistas, E depois ter na sua folha de credores um Brasa Futebol Clube Ltda. ou será que o senhor. LFV ele não sabe o que vem no relatório e contas? Pelo menos o Rentitas é um clube da segunda divisão do Uruguai e todos as semanas joga à bola!
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